Acabei de ler um post de um pai em uma rede social, que me pareceu extremamente sincero, falando sobre a experiência dele e de sua esposa com seu filho recém-nascido. Muitos planos haviam sido feitos para esta nova fase da família, começando por quem ficaria responsável pelos cuidados com a criança para que o outro pudesse trabalhar. Diferente de muitos casais, depois de ponderar, avaliando aspectos profissionais, familiares e pessoais eles decidiram que a mãe retornaria ás suas atividades profissionais e o pai se dedicaria ao menino nesta primeira infância e a organização da casa. Veja trecho:
…“ Conciliar tudo que um bebê exige de vc, com suas próprias necessidades, com o mínimo necessário pra deixar a casa com cara de casa, exige uma energia que não foi feita pra uma pessoa só dar conta! Não pode ter sido!
E é naquela hora, em que vc tá com a papinha no fogo, ele acorda qd não devia com a fralda explodida de merda, vc tentando minimizar danos levando aquela arma biológica pro lixo, contendo seu filho com o pé pra que ele não transforme aquele cenário apocalíptico em algo mto pior, rezando pra papinha não ter queimado e vc ter que começar td de novo, que vc pensa: “Vei! Tem um monte de mulher que faz isso!”.
Há muito tempo atrás eu via donas de casa com aquele ligeiro julgamento de “podia tá trabalhando”; até muito recentemente eu via com normalidade; hj eu vejo com vontade de dar um abraço e dizer “Vc é fxxx vei!!! Tamo junto!!”. Mulheres que conciliam isso td com um home office ou alguma outra função não são humanas… sério!!!
Com certeza se eu passasse o dia com ele e de noite ainda tivesse que dar conta de amamentar eu já teria surtado! Mas será que tem gente que consegue isso? Adivinha?”…
Tiago Prudente in https://bit.ly/2kG1EHV
Pois muito bem, este recorte nos mostra algo que, salvo algumas reservas, vem se tornando mais frequente nas famílias contemporâneas: muitos pais estão deixando de ser apenas o pagador de contas, homem rígido que corrige e disciplina, e estão participando mais ativamente do cuidado e educação dos filhos e mesmo que ás vezes timidamente, estão mais próximos afetivamente das crianças.
Além desde movimento muito interessante com relação á participação dos pais afetivamente na vida dos filhos, este relato nos chama atenção, pois nos fala muito sobre o poder da empatia, como esse sentimento pode nos ajudar a entender a dor do outro, a ser mais compreensivos e ter um olhar mais acolhedor para aquilo que a principio pode não nos parecer tão importante.
Quando o autor do relato se propôs o desafio ele tinha ideia das atividades que uma mãe que cuida do lar tem que exercer e assumiu essas responsabilidades em comum acordo com sua parceira, mas quando ele passou por esses momentos, pôde se colocar no lugar do outro- no lugar de sua esposa-, pôde vivenciar todos os sentimentos que permeiam essa jornada e todas as tarefas e atividades que antes eram tidas como simples ganharam um significado diferente, essa experiência toda tornou-se algo que passou a ser muito mais valorizado por ele, trazendo benefícios para esta família.
E você, tem praticado a empatia?
Kátia Michelle C. Barbosa
Psicóloga Clínica
CRP 06/124875